AUTOR CONVIDADO: Marlise Julião

Nossa Cultura

Nossa cultura (do latim colere, que significa cultivar) é vasta e riquíssima, com personagens maravilhosos que atiçavam nosso imaginário mundo infantil, quando a beira de fogueiras, nossos pais, tios, ou avós, contavam aventuras mirabolantes, desde fugir da Mula sem Cabeça e do Curupira em meio as matas, até o pitoresco ritual para se pegar o Saci Pererê!
Estamos matando nossa cultura, nossos personagens folclóricos mofam nas bibliotecas, enquanto endeusamos a cultura americana comemorando datas que nem nos dizem respeito.
Quando é que algum americano comemora qualquer coisa que seja ligada a cultura brasileira?
Americanos não sabem nem qual é a capital do Brasil, noventa e nove por cento deles acham que é Buenos Aires! Como podemos renegar assim nossa cultura?
Como podemos sepultar esse conhecimento?
Será que temos como cultura somente o Carnaval?
Será que nossa cultura está resumida a uma semana de batuques e “sambadinhas” ?
Vamos assistir de camarote e braços cruzados a extinção de nossos personagens folclóricos, enquanto a cultura estrangeira se expande?
Uma cultura rica como a nossa, oriunda da miscigenação de nosso povo, não pode ser desprezada assim. Que tal desligarmos a televisão, reunirmos a família em volta de um livro de estórias brasileiras, que tal passarmos o legado de nossa cultura para as futuras gerações ?
Nossa vida está corrida sim, mas nada nos impede de pegar um livro, pelo menos dez minutinhos, e ler para os filhos, para amigos, ou até mesmo lermos sozinhos.
O Sací Pererê, a Mula sem Cabeça, o Curupira e toda a turminha agradece! A sobrevivência da Cultura Brasileira está literalmente em nossas mãos …

Marlise Julião

“MINI-BIO”

Meu nome é Marlise de Fátima de Oliveira Julião.
Tenho 46 anos, gaúcha, mulher, mãe, trabalhadora.
Amante da Língua Portuguesa e suas rimas.
Poetisa desde os primeiros beabás.
Já ganhei o concurso ” O versinho mais cafona”, com apenas 8 aninhos de idade.
Exímia nas palavras, aos 12 anos fui até ameaçada de prisão nos tempos da Ditadura, por ter escrito uma redação criticando o governo militar.
Fui chamada na sala da Direção e advertida pela diretora, á moderar com o que escreveria daquele dia em diante, para o meu bem e de toda a minha família.
Parei de escrever…
Mas o sonho superou o medo, e aos 18 anos, refeita do trauma, voltei lentamente a brincar com as palavras.
Em 1997 tive um inusitado sonho … sonhei com a Xuxa.
E nesse sonho, eu declamava um poema para ela, acordei e coloquei aquelas palavras no papel.
Mais tarde registrei o poema e enviei para a Produção da Xuxa via fax e fui pra casa.
No outro dia retornei ao serviço de fax e tinha uma pilha de fax enviadas á mim pela produção, dizendo que Marlene Mattos havia adorado meu poema, e pensava em vê-lo musicado e gravado no décimo primeiro CD da Rainha dos Baixinhos.
No sábado me ligaram e falei com a própria Marlene Mattos, fui ao Rio de Janeiro para acertar os detalhes.
Não entramos em acordo. Eu queria dinheiro vivo. Ela queria me pagar direitos sobre a execução da obra.
Voltei pra casa sem acordo.
Mas nunca mais pare de escrever.
Em 1999 durante a Copa América do Paraguai, fiz um poema para a Seleção Brasileira, enviei para uma rede de TV retransmissora da Rede Bandeirantes, que me buscou em casa e me levou até ao Hotel da Seleção Brasileira.
Entrei disfarçada de Jornalista da Band, consegui conhecer todos os jogadores, entre eles os meu favoritos, Roberto Carlos e Amoroso.
Entreguei o poema pessoalmente ao Roberto Carlos e ao Ronaldinho, Roberto se emocionou, agradeceu e guardou o poema, que ficou guardado junto á eles, durante toda a Copa América. Eles foram campeões. Concedi entrevistas á vários jornais, inclusive da Espanha, canais de TV. Fui convidada em programas de rádio, onde recitei o poema.
Com esse poema, participei de um Concurso, a nível de Mercosul, e em meio a 2.500 poetas de Brasil, Argentina e Paraguai, fiquei em quinto lugar, uma honra para mim.
Continuo escrevendo poemas e crônicas.
Fui cronista do Jornal Folha SC, tive textos publicados na Revista Blush, durante algum tempo fui cronista reserva do Correio do Povo, porém nunca fui efetivada.
Faço parte do Blog do Luis Nassif e também tenho meu próprio Blog.
Mas meu sonho é publicar um livro de crônicas e poemas.

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